Banner of Light (tradução livro do inglês: Bandeira de Luz) foi um periódico americano, lançado em 1857 e publicado semanalmente até 1907, o pioneiro a tratar exclusivamente do movimento conhecido como Espiritualismo Moderno, do qual se originou o fenômeno das Mesas Girantes; foi também o jornal espiritualista mais influente na América de seu tempo. Seu conteúdo básico era formado por notícias de manifestações espirituais espontâneas ou de experimentações mediúnicas, apanhados da reportagens e críticas da imprensa em geral, artigos relacionados àquele fenomenologia e artigos de proeminentes estudiosos espiritualistas.
Primeira edição do jornal Banner of Light
Banner of Light foi fundado por William Berry em Boston, Estados Unidos, tendo seu primeiro exemplar publicado em 11 de abril de 1857, sucedendo o The Life, um jornal local criado um ano antes para reportar as sessões espiritualistas da médium americana Frances Ann Conant (1831-1875), também conhecida como Mrs. Fanny Conant.
Seus primeiros editores foram Issac Rich e Luther Colby e no auge de suas atividades o jornal chegou a ter 30 mil assinantes.
Suas matérias eram referências para outros tantos jornais e revistas em todo o mundo e inspiraram o surgimento de outros importantes periódicos espiritualistas, tais como o The Spiritualist e o semanário Light, ambos de Londres, Inglaterra, que frequentemente replicavam reportagens e artigos do pioneiro jornal americano.
Entre tantos colaboradores diretos, dispôs da cooperação de notáveis estudiosos e pesquisadores espiritualistas americanos e do estrangeiro, que lhe alimentavam com noticiários e opiniões. Dentre eles, Sir William Crookes, o célebre químico e físico britânico, em um determinado exemplar, relatou suas incríveis experiencias com a médium Florence Cook e o Espírito Kate King, cujo trecho seguinte é correspondente:
"As sessões quase diárias com as quais a Senhorita Cook me obsequiou lhe produziram severo desgaste de energias e quero demonstrar publicamente a minha gratidão para com ela, pela solicitude em ajudar as minhas experiências. Cada ensaio que eu propunha tinha a sua imediata aprovação e se submetia com o maior entusiasmo; fala franca e diretamente e jamais percebi a menor coisa que denunciasse o desejo de mistificar. Na verdade não acredito que ela conseguisse mistificar, ainda quando tentasse; e se o fizesse seria pilhada incontinenti, pois tais atitudes destoam completamente de sua natureza. Aliás, imaginar que uma mocinha de quinze anos fosse capaz de conceber e, durante três anos, realizar tão gigantesca impostura; que, durante esse tempo, se submetesse a qualquer teste que lhe fosse proposto e mantido no mais rigoroso segredo; que se sujeitasse a ser examinada a qualquer momento, antes como depois da sessão e tivesse os melhores êxitos em minha casa, do que em casa de seus pais, sabendo-se que ela me visitava com o objetivo de se submeter a ensaios estritamente científicos — imaginar, digo eu, que a Katie King dos últimos três anos fosse fruto de uma impostura é maior violência para a razão humana e para o bom senso do que acreditar que ela seja aquilo que diz ser."
A História do Espiritualismo, Arthur Conan Doyle - cap. 11.
O Banner of Light cobriu o desenvolvimento do Espiritualismo Moderno na América e a exportação daquele movimento para a Europa e demais partes do mundo, tornando-se assim uma das mais importantes fontes para a compreensão da fenomenologia espiritualista do século XIX, que antecedeu e serviu de precursor para a Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec.
O codificador espirita tinha conhecimento do Banner of Light — e possivelmente o acompanhava regularmente —, tanto que fez citações a ele na Revista Espírita. Na edição de agosto de 1861, por exemplo, no artigo “Manifestações americanas”, reproduziu trechos dele narrando o extraordinário fenômeno de um violino que, por influxo mediúnico, elevava-se pelo ar e executava ao ar livre uma melodia sensível às pessoas presentes à sessão. Doutra vez, na Revista Espírita de março de 1867, reproduziu o extrato “Lincoln e o seu matador” publicado pelo Banner of Light com o título “Análise de uma comunicação de Abraão Lincoln, obtida pelo médium de Ravenswood”.
O surgimento de outros tantos periódicos do mesmo gênero e as dificuldades orçamentárias para manter o Banner of Light, que cessou sua publicação depois de meio século de atividade.
O acervo deste jornal foi recuperado digitalmente e se encontra livremente disponibilizado por um instituto para a preservação da documentação do espiritualismo, o The Internacional Association for the Preservation of Spiritualist and Occult Periodicals.
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